Pub

Quinta de Maderne
InícioOpinião2024: O Ano que nos desafiou a redescobrir quem somos

2024: O Ano que nos desafiou a redescobrir quem somos

Chegamos ao final de 2024, um ano marcado por tumultos, manifestações, incertezas e escolhas difíceis, algumas claramente erradas. O ritmo frenético da modernidade, aliado à crise de confiança na política e na economia, colocou à prova os nossos valores mais profundos. Mas o final de cada ano traz consigo algo de precioso: a oportunidade de parar, refletir e recomeçar.

Este texto não é apenas um balanço do que passou, é um apelo ao que ainda pode ser. Enquanto nos preparamos para as eleições autárquicas de 2025, o momento exige mais do que escolhas políticas. Exige coragem moral. Porque, antes de sermos cidadãos, somos pais, mães, filhos e membros de comunidades com histórias e tradições que moldaram a nossa identidade.

2024 ensinou-nos uma lição dura: quando a ética e os valores são relegados para segundo plano, não há progresso que valha a pena. Assistimos a escândalos na política e a líderes mais preocupados com a sua carreira do que com o povo que juraram servir. É impossível não questionar: para onde estamos a ir?

É aqui que a família e a comunidade entram como faróis na tempestade. A política autárquica, tantas vezes subvalorizada, é a linha da frente na defesa do que é verdadeiramente importante. É nos municípios, nas freguesias e nas vilas que a vida acontece. São as decisões locais que definem se uma freguesia tem uma escola, se um idoso tem acesso a cuidados de saúde, se uma criança encontra vaga na creche, se um pai mantém o emprego ou se um jovem pode sonhar com um futuro digno.

As eleições autárquicas de 2025 serão mais do que um momento de escolha: serão um teste à nossa capacidade de sermos exigentes, enquanto eleitores e enquanto povo. Não podemos continuar a aceitar a mediocridade, a idiotice, a ignorância. Não podemos permitir que interesses partidários destruam aquilo que demorámos gerações a construir: um país onde o trabalho, a solidariedade e o respeito pelas tradições são os pilares do progresso.
No entanto, esta renovação não depende apenas dos políticos. Depende de cada um de nós, cidadãos conscientes, que compreendem que uma comunidade forte nasce da força da família. É no seio familiar que aprendemos o verdadeiro significado do bem comum, da responsabilidade e do respeito pelo próximo. Uma sociedade que abandona a família é uma sociedade que se condena ao fracasso.

Como dizia Edmund Burke: “A única coisa necessária para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada.” Assim, não basta lamentarmos a falta de ética ou de valores nos políticos, é nosso dever exigir mais e sermos nós próprios o exemplo de integridade e compromisso com o bem comum.

Termino 2024 com uma mensagem de esperança. Podemos corrigir o curso. Podemos eleger líderes que se preocupem mais com os seus munícipes do que com o poder. Podemos reconstruir comunidades onde os valores sejam mais fortes do que as ideologias. Não escolham eleger o protesto, escolham em consciência. Todos nos lembramos de como escolhas mal ponderadas já nos custaram caro no passado.

Que 2025 seja o ano em que a política local se torne verdadeiramente sinónimo de serviço ao povo e que os políticos, finalmente, estejam à altura das suas responsabilidades. Porque, no final, não são os grandes discursos que constroem um país, mas os pequenos atos de coragem e dedicação às causas e à comunidade.

Que venha 2025. Estamos prontos para lutar pelo que importa.

Jorge Miguel Neves

Pub

Mais Populares

A sua assinatura não pôde ser realizada.
A sua subscrição foi realizada com sucesso

Subscreva a nossa newsletter

Pub

Teco

Últimas