Pub

Quinta de Maderne
InícioOpiniãoNa ordem do dia: a Derrama.

Na ordem do dia: a Derrama.

Embora não seja um imposto com grande impacto na saúde financeira de uma empresa, tem, em Felgueiras, um impacto significativo na receita do município. Como de resto também o empreendedorismo da indústria do calçado felgueirense tem reflexo no PIB (de cerca de 1%) e é de grande serventia na hora de cobrar IRC.

Apesar destes números, que se devem apenas à visão dos empresários e ao esforço dos trabalhadores, Felgueiras não teve, ao longo dos anos, o reconhecimento que devia e merecia. No decurso dos tempos, o Governo central não devolveu ao nosso concelho em proporção, aquilo que Felgueiras deu ao país. Da mesma forma, que os sucessivos executivos municipais se limitaram a fazer a gestão corrente das receitas e despesas, sem conseguirem canalizar o investimento público que Felgueiras permitiu, pela receita orçamental que fomentou.

Os equipamentos públicos e a rede viária estão degradados. Felgueiras não é um concelho atrativo para jovens com formação superior, seja pela falta de oportunidades de emprego, de agenda cultural ou da diversidade de práticas desportivas.

Felgueiras não tem ferrovia, o tribunal local não tem competências especializadas e o crescimento está adiado e dependente da iniciativa privada. Essa mesma iniciativa que não precisa dos políticos, nem do poder, porque gera mais valias. É sempre oportuno recordar as palavras de Margareth Thatcher: “Governos não criam riqueza.”.
Porém, é também frequente ouvir dizer, em sede de Assembleia Municipal e nas palavras do presidente da câmara: “Nós demos!”. O Estado e as autarquias não dão nada a ninguém, pelo contrário: tiram, gerem os tributos e redistribuem, em função de escolhas e de prioridades. E hoje, mais uma vez, pela conjuntura, Felgueiras está entregue a sua própria sorte, por falta de interlocutores, entre a Administração Central e Local.
A derrama pode significar pouco no passivo de um balanço, mas o reconhecimento simbólico materializado na descida deste imposto, somado à descida do IRC, num momento de particular fragilidade económica para a indústria do calçado, a somar aos aumentos, nomeadamente das faturas elétrica e ambiente, é um apoio e representa a importância que se dá a quem tanto fez e continua a fazer pela sustentabilidade de uma terra e de um país.

Marta Rocha

Pub

Mais Populares

A sua assinatura não pôde ser realizada.
A sua subscrição foi realizada com sucesso

Subscreva a nossa newsletter

Pub

Teco

Últimas