Enquanto Portugal se prepara para lançar, em 2026, o seu primeiro grande modelo de inteligência artificial, “Amália”, refletindo avanços tecnológicos e culturais, o governo da AD propõe reduzir o IVA nas touradas de 23% para 6%. Esta medida, além de moralmente questionável, é um retrocesso civilizacional num momento em que o país deveria projetar-se para o futuro, e não perpetuar práticas que glorificam a violência e o sofrimento animal.
A tauromaquia inflige um sofrimento brutal aos touros para mero entretenimento.
Classificar estes eventos ao nível de outros espetáculos culturais é uma afronta aos valores éticos do século XXI. Esta proposta, ao reduzir os impostos, incentiva a continuidade de uma tradição desumana, ignorando o crescente clamor social pelo fim de práticas cruéis.
A nível internacional, países como a Colômbia já baniram as touradas, com uma votação expressiva no parlamento (93 votos a favor e apenas 2 contra), destacando-se como um avanço civilizacional. O Brasil e a Argentina também aboliram esta prática, deixando apenas sete países, entre os quais Portugal, a manter esta tradição. Se nações historicamente ligadas à tauromaquia conseguem abolir estas práticas, o que impede Portugal de fazer o mesmo?
Numa era em que se discute o papel da tecnologia no avanço da humanidade, é incompreensível que o governo português apoie uma atividade arcaica que celebra a dor e a crueldade. O futuro da cultura e da ética deve caminhar com o progresso social, promovendo respeito, empatia e compaixão.
Com tantas prioridades sociais e culturais que carecem de apoio, a redução do IVA nas touradas representa uma escolha fiscal irresponsável. O impacto financeiro pode ser limitado, mas o peso moral é profundo. Manter viva a tauromaquia com apoio do Estado é dar um passo atrás na evolução civilizacional de Portugal e uma afronta aos valores de um mundo que se quer mais justo e ético.
João Emanuel