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Quinta de Maderne
InícioOpinião“…para inglês ver…”

“…para inglês ver…”

A frase muitas vezes ouvida, escrita e propalada ao longo dos tempos remonta, alegadamente, à época da pressão Britânica em acabar com o tráfico de escravos. Havia pressão para abolir, mas nada seria feito na realidade forjando os eventos de modo a parecer que se cumpriria com o ensejo Britânico.

Hoje em dia, usamos esta expressão com menor presença, mas julgo-a muito actual.
No nosso dia-a-dia muitas são os exemplos onde se faz algo para cumprir com algum requisito legal, mas que na prática faz-se apenas por fazer sem objectividade.

Um desses exemplos podem ser as faixas destinadas a circulação de bicicletas dentro das cidades¹. Se muitas cidades idealizaram, desenharam e contruíram ciclovias, ciclofaixas, ecopistas e ecovias com base na sua potencial utilização, e são-no efectivamente utilizadas, cá no burgo as faixas que existem parecem não ser usadas como deveriam… são usadas para parque automóvel em segunda fila quando se vai ao banco ou lojas, e para caminhadas.

Depois, a concepção e desenho das nossas pistas destinadas a bicicletas estão localizadas à esquerda dos estacionamentos o que, a serem muito usadas, irão potenciar os acidentes causados pelos condutores ao abrirem as suas portas contando com o trânsito normal daquelas. Muitas cidades optaram, e bem, por juntar ambas faixas destinadas a bicicletas isoladas e à parte para evitar cruzamento com veículos motorizados.

Consequentemente, com uma aparente falta de lógica, as faixas foram desenhadas para uma circulação desconexa, interrompida e sem usufruto pleno: uma recta (interrompida) na Av. Leonardo Coimbra e uma recta da Escola D. Manuel Faria e Sousa à Escola Secundária de Felgueiras. Sem interconexões, sem facilidade de mudar em segurança de uma para a outra. Uma tentativa pífia de contruir algo “para Inglês ver” qui ça apenas para aproveitar fundos europeus… já se perdoa não termos as árvores de flores brancas conforme publicitado, mas a ciclofaixa… esta merecia melhor enquadramento, extensão e objectividade.

Julgo que já vai sendo o momento de sermos mais criteriosos no desenho das cidades e recursos alocados sejam fundos europeus, nacionais ou locais. Se todos nós custeamos com os nossos impostos então a sua aplicação deveria ser mais exigente e com retorno para a população.

Por isso, ciclofaixas no centro de Felgueiras são aparentemente pouco usadas tendo em conta o seu objectivo principalmente ecológico e parecem ser uma estrada sem saída.

Bruno Bessa Duarte

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