O 25 de novembro de 1975 é mais do que uma data marcante na nossa história. É um dia que vive na alma de Portugal e dos portugueses, como um símbolo da resistência à opressão dos militares a soldo da extrema-esquerda e da escolha inabalável pela democracia. Neste dia decisivo, em que o destino da nação estava à beira do abismo, as Forças Armadas Portuguesas, com coragem e sentido de dever, puseram fim ao “PREC” (Processo Revolucionário em Curso) e traçaram o caminho para a estabilização da democracia representativa.
Após a Revolução dos Cravos de 1974, que derrubou o regime autoritário do Estado Novo, Portugal mergulhou num período de intensas convulsões políticas e sociais.
Se por um lado o 25 de Abril trouxe a esperança de um futuro livre, por outro, os meses que se seguiram tornaram-se sombrios, com o país dividido entre múltiplas facões ideológicas.
A ameaça de uma tomada de poder por grupos comunistas radicais, inspirados pelos regimes totalitários soviéticos, pairava como uma nuvem negra sobre o horizonte. Para o “MFA” e os seus apoiantes de extrema-esquerda a democracia era aquilo que eles definiam que deveria ser.
E isso mesmo disse Costa Gomes: “Não queriam eleições, defendendo que a escolha do Presidente da República não fosse por sufrágio universal, mas por um conselho eleitoral, assim um pouco à semelhança do que Salazar havia feito com Américo Tomás”.
O “PREC” tornou-se um palco de confrontos e incertezas, em que o sonho democrático arriscava ser esmagado por extremismos. Os militares de esquerda e extrema-esquerda tinham medo de perder o poder que haviam conquistado com o 25 de Abril e, por isso, demonizavam as eleições, considerando que os portugueses não estavam ainda “democraticamente amadurecidos” para decidir por eles próprios.
Foi nesse contexto crítico que surgiu o 25 de novembro, um dia em que a nação foi posta à prova. Conduzida por militares moderados, como Ramalho Eanes e Jaime Neves, a operação militar desse dia não foi apenas uma ação estratégica, foi um ato de coragem e amor à pátria.
O 25 de novembro não foi uma batalha, foi o momento em que o país reafirmou o seu compromisso com a liberdade e rejeitou os fantasmas do totalitarismo.
A crise terminou com a derrota dos setores mais radicais e marcou o início de um processo de estabilização política, abrindo as portas para a consolidação de uma democracia pluralista e representativa.
Apesar das várias forças de extrema-esquerda o quererem apagar da história, é um dia para nos lembrar de que a liberdade nunca é garantida, mas sim conquistada e protegida com esforço e sacrifício. É o triunfo da vontade de um povo em preservar os seus valores e o direito a viver numa sociedade justa e democrática.
Nunca nos esqueçamos das lições do 25 de novembro de 1975: a luta pela democracia exige vigilância e determinação. Como dizia Edmund Burke, “O preço da liberdade é a vigilância eterna.”
Viva o 25 de novembro!
Viva a democracia e sempre viva Portugal!
Jorge Miguel Neves