Depois de algumas negociações entre o Governo e o PS, já temos Orçamento para o ano de 2025.
No entretanto, Pedro Nuno Santos que fez tudo muito bem, quando por via do voto de Abstenção anunciou a viabilização do mesmo, não pode desistir agora de lutar pelo seu melhoramento, já que no campo das Reformas e dos Apoios Sociais, há muito para fazer e por serem muitos os milhares de portugueses à espera de que isso seja feito.
Tendo a Iniciativa Liberal votado contra, de resto um ato que no seu todo apenas cheira a contra-natura, não podia nem foi o Chega a contar para o que quer que fosse, acabando, assim, não obstante as cinco dezenas de Deputados de que dispõe, remetido para a sua continuada inutilidade política.
Não sendo este um Orçamento perfeito nem entusiasmante, o mesmo também acaba por servir os interesses das Regiões Autónomas, razão pela qual, impondo-se a sua aprovação devido aos supremos interesses estratégicos do país, já se encontrar viabilizado, sendo que assim permanecerá, depois da sua aprovação final, através do relevante papel assumido pelo PS.
Contudo, parecendo que o Chega venceu no jogo do empurra para ser o PS a dar a mão ao governo, a verdade é que a posição do PS é o que mais conta, por, ao cabo e ao resto, também servir para empurrar esse partido para a sua crescente insignificância política.
Se o PS votasse contra, iria beber do mesmo veneno que o PCP e o Bloco de Esquerda outrora beberam, quando, recentemente, num incompreensível estádio de negação, cometeram o erro de votar contra o OGE/2024, fazendo cair o governo do PS e criando as propícias condições para que a AD regressasse ao Governo, apesar da débil maioria relativa por si obtida e com a qual todos os dias se confronta.
Pretendendo passar a mensagem de que o PS e o PSD são a mesma coisa, o Chega, ao acrescentar que este é um Orçamento do Bloco Central não se dá conta do ridículo com que se cobre, não vendo, nem entendendo que o OGE/2025 ficará bastante melhor, exatamente, por não ter que contar com quaisquer contributos, dependências, apoios e arranjos seus.
Todavia, o presente Orçamento carece de ajustamentos, e sem o desvirtuar nem por em causa a sua aprovação final, seria do maior interesse que viesse a acolher melhorias de vulto, designadamente ao nível dos valores das Reformas e dos Apoios Sociais, pelo que será de esperar que, o PS, encontrando-se numa posição privilegiada, consiga perceber que quando uma determinada ordem económica é injusta, constitui um imperativo cívico dar alguma guarida à desordem, se mais não for, como um fator de consagração e salvaguarda dos mais genuínos valores da Justiça Social.
Sendo eu um daqueles milhares que nos últimos dez anos se reformaram, e que desde então e até agora jamais deixaram de perder rendimento ao nível do valor das suas reformas, é natural que desejem e esperem a inversão desta tendência, e que agora, com o contributo e o papel primacial que cabe ao PS desempenhar, possam começar a assistir ao início de uma nova trajetória.
Por isso mesmo, deveras expetantes sobre o papel que ao PS cabe neste domínio, só nos resta convidar o mesmo para abraçar esta nova luta, pedindo-lhe solenemente para que não nos desaponte.
José Quintela