A Aliança Democrática (AD) prometeu em campanha eleitoral uma revolução fiscal capaz de transformar a economia e colocá-la numa rota de crescimento nunca antes vista.
As previsões ambiciosas garantiam um crescimento de 2,5% em 2025, 2,7% em 2026, 3% em 2027 e 3,4% em 2028.
No entanto, a realidade é bem diferente: as estimativas mais recentes apontam para 2,1% em 2025, 2,2% em 2026, e quedas ainda mais acentuadas para 1,7% em 2027 e 1,8% em 2028. Prometeram um choque fiscal. Entregaram uma patranha!
A AD afirmava, com toda a certeza, que resolveria o crónico problema da falta de professores no início do ano letivo, que para isso bastava apenas a mudança de governo. Mas a promessa não só não foi cumprida, como a situação foi agravada, tendo ficado 20% mais alunos sem professor no primeiro dia de aulas face ao mesmo período de 2023.
Este governo não é de confiança!
O PSD, conhecido pela sua postura bastante crítica quanto ao aumento da despesa pública, tal como a nível concelhio, é agora responsável pelo maior aumento da despesa pública de que há memória. O que mudou? Será que o medo de eleições antecipadas e a vontade de agradar a todo o eleitorado é motivo para irem contra o que sempre defenderam?
Os exemplos de contradições e de falta de orientação têm sido muitos. Um excelente exemplo foi o episódio do IRS Jovem. Neste tema o governo foi até salvo pelo PS, que evitou uma humilhação certa com a reprovação desta medida pelo Tribunal Constitucional.
Não pode passar em claro o facto de o governo ter decidido descongelar a taxa de carbono numa altura de queda dos preços dos combustíveis, tentando dessa forma dissimular este imposto indireto. São 525 milhões de euros que todos os portugueses pagarão indiretamente e que servirão para compensar o novo regime de IRS Jovem!
Na saúde, a situação é igualmente trágica. O governo apresentou um plano com 15 medidas urgentes para salvar o SNS. Em três meses, falharam 70% da implementação dessas mesmas medidas. Os serviços de obstetrícia, falharam este ano e falharam ainda mais do que em 2023.
Este governo falhou na educação, falhou na saúde, e falhou na promessa de crescimento económico. O país não só cresce menos do que o prometido, como cresce menos do que crescia quando o PS era governo sendo António Costa o primeiro ministro.
Este governo não é sério. Este governo não é de confiança.
Texto de opinião publicado na edição imprensa de 25 de outubro de 2024
Paulo Soares
