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Iniciou-se na manhã desta quarta-feira (dia 23) a 16ª Cimeira do BRICS, no Centro de Convenções e Exposições de Kazan (Rússia). Presidiu o Presidente russo, Vladimir Putin, tendo participado, entre outros, o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (online), o Presidente egípcio, Abdel Fatah al Sissi, o Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, o Primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al Nahyan.
Antes decorreu uma reunião restrita, em que o Presidente Xi Jinping saudou os novos membros do BRICS e convidou alguns outros países a aderirem ao grupo. Xi Jinping assinalou que a expansão do BRICS “é um marco importante na respetiva trajetória de desenvolvimento, e um evento marcante na evolução do cenário internacional”; e que “os países do BRICS unem-se com base na sua procura conjunta de soluções para os problemas comuns, o que responde à tendência mundial para a paz e o desenvolvimento”.
Xi Jinping referiu que os seus membros “devem aproveitar a oportunidade histórica de tomar a iniciativa, sem precedentes, de aderir à aspiração inicial de abertura, inclusão e cooperação de benefício recíproco, seguir a tendência da ascensão do Sul Global, procurar os interesses comuns preservando as suas diferenças, e trabalhar em conjunto para consolidar os valores comuns dos países BRICS e salvaguardar os seus interesses comuns”.
E o Presidente chinês acrescentou:
“Quanto mais turbulento o mundo se torna, mais se deve erguer bem alto a bandeira da paz, do desenvolvimento, e da cooperação de benefícios recíprocos. Tem de ser uma prioridade defender a paz e um novo tipo de segurança que se traduz em parceria, em diálogo em vez do confronto, planear conjuntamente o caminho do desenvolvimento, defender a multipolarização económica inclusiva, reforçar os alicerces da cooperação, aprofundá-la nas áreas tradicionais, como agricultura, energia, minerais, economia e comércio e, ao mesmo tempo, expandir a cooperação nos novos aspetos, incluindo a defesa do ambiente e a inteligência artificial”.
Intervindo depois na reunião alargada, Xi Jinping apresentou sugestões para o desenvolvimento futuro dos BRICS. Assim, disse ser necessário estabelecer um “BRICS da Paz”, com os seus membros defensores da segurança comum. Referiu que, para atenuar a crise ucraniana, é preciso aderir aos três princípios de “não-extensão do conflito para fora do campo de batalha, não-escalada da guerra e não-provocação entre as partes envolvidas”. Disse ainda que se deve trabalhar “para promover um cessar-fogo em Gaza o mais depressa possível e envidar esforços incessantes para uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão da Palestina”.
O líder chinês incitou os presentes a construir um “BRICS de inovação” e ser pioneiros no desenvolvimento de qualidade; e recordou que a China estabeleceu recentemente o Centro de Desenvolvimento e Cooperação de Inteligência Artificial China-BRICS, e vai criar o Centro Internacional BRICS de Pesquisa para Recursos Oceânicos Profundos, o Centro de Cooperação da Zona Económica Especial do BRICS, o Centro de Capacidade Industrial do BRICS e o Centro de Cooperação da Indústria Digital do BRICS, a fim de fomentar novas capacidades produtivas.
Disse ainda que é essencial construir um “BRICS verde” e praticar o desenvolvimento sustentável. Segundo ele, a China está disposta a expandir a cooperação com os países do BRICS em indústrias renováveis, energia limpa e minerais verdes, a fim de promover o desenvolvimento sustentável de toda a cadeia industrial.
Acrescentou ser necessário, também, construir um “BRICS justo” e assumir a liderança na reforma do sistema de governança global. Segundo Xi Jinping, “é preciso praticar o verdadeiro multilateralismo, aderir ao conceito de governança global de ampla consulta, construção conjunta e benefícios partilhados. Devemos liderar a reforma da governança global com conceitos de equidade, justiça, abertura e inclusão, e reforçar a representação e a voz dos países no Sul global”. Destacou ainda “a importância de trabalhar para promover a conectividade da infraestrutura financeira, manter a segurança financeira, fortalecer o Novo Banco do Desenvolvimento e fazer com que o sistema financeiro internacional reflita melhor as mudanças no cenário económico mundial”.
Sustentou também que é preciso estabelecer o BRICS a partir de intercâmbios interpessoais e culturais. Segundo ele, está a ser posta em prática a iniciativa sobre a cooperação na educação digital apresentada pela China, e nos próximos cinco anos serão estabelecidos dez centros de estudo ultramarinos nos países do grupo, que vão oferecer formação a um milhar de gestores da educação, docentes e alunos.
Por fim, Xi Jinping, enfatizou que a China está disposta a trabalhar com os países do BRICS para criar um novo panorama de desenvolvimento de qualidade da “Grande Cooperação do BRICS”, promovendo conjuntamente a construção da comunidade de futuro compartilhado para a Humanidade.
Sob o tema “fortalecer o multilateralismo e promover o desenvolvimento e a segurança globais justos”, os líderes participantes trocaram opiniões aprofundadas acerca da cooperação no âmbito da organização e das principais questões internacionais de interesse comum.
O encontro emitiu a “Declaração de Kazan da 16.ª Cimeira do BRICS” e anunciou o estabelecimento de países parceiros da organização.
Durante a reunião, os líderes também ouviram o relatório de trabalho da Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e de outros representantes daquele mecanismo financeiro.
Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China.