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UCC Felgueiras: Mamãs partilham experiências e desafios da amamentação

A Semana do Aleitamento Materno é comemorada em Portugal, e em vários países da Europa anualmente na primeira semana do mês de outubro, na 40º semana do ano (simbolicamente corresponde às 40 semanas de gestação).

Desde 2006 que é comemorada em Portugal a Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com diferentes temas sobre a Amamentação.

Este ano, o tema é “Closing the gap: breastfeeding support for all” (Reduzindo a lacuna: apoio à amamentação para todos) ou seja, tornar o apoio à amamentação acessível a todas as mães. 

A OMS recomenda a amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e sugere que a amamentação continue até os 2 anos ou mais, juntamente com alimentos complementares devido aos seus benefícios para o desenvolvimento físico e mental do bebé.

E embora o aleitamento materno seja universalmente reconhecido como a melhor forma de alimentar os bebés nos primeiros meses de vida, muitas mães enfrentam desafios e barreiras, como a falta de informação, falta de apoio e falta de espaços adequados para amamentação nos locais de trabalho, desigualdade no acesso a profissionais de saúde, etc.

A 9 de agosto de 2024, após uma sessão de recuperação pós-parto, serviço existente na UCC de Felgueiras, fizemos a proposta às mamãs, termos uma conversa informal sobre a amamentação e na possibilidade de partilhar esta nossa conversa. Quero agradecer a estas queridas mamãs por cada momento de conversa e troca que tivemos.

A Patrícia amamenta o Rodrigo há 3 meses. Tomou a decisão de amamentar bem antes do seu nascimento. Refere “as vantagens para o bebé foi o que me moveu a amamentar“. Foi no curso da Preparação para o parto (PPP) na UCC de Felgueiras, que a Patrícia obteve conhecimento sobre o tema amamentação.

No pós-parto, teve a necessidade de procurar ajuda para ter sucesso na amamentação. As suas principais dificuldades foram “…a pega e o facto de ele dormir muito. Tinha que o acordar constantemente para ele mamar; ele adormecia na mama e não estava a ganhar o peso ideal para o tempo dele e superamos isso através da ajuda…com a ajuda soube seguir o caminho certo…no início se não formos bem orientados, acompanhados é muito difícil. É preciso ter muita força para não se desistir logo nas primeiras dificuldades”.

Durante o pós-parto, refere que teve a ajuda da mãe, da sogra, mas foi o pai do Rodrigo que teve um papel primordial essencialmente na amamentação “dizia-me sempre para eu estar calma e que tudo ia correr bem”.

Irá usufruir dos direitos da amamentação aquando ao regresso do trabalho para dar o melhor ao seu filho Rodrigo- tempo, amor e mama.

A Helena amamenta a Camila há 2 meses. Tinha receios e “tinha expetativa mais pela negativa, mas correu tudo bem”.  Durante o período pós-parto, contou com a ajuda da sua mãe que estava fora de Portugal “no início era tudo novidade… veio para cá para me auxiliar”. Faz ainda elogios ao seu companheiro, “estava lá sempre. Retirava e o pai dava de biberão”. Fala do aleitamento materno com um sorriso na cara “é uma fase bonita…é uma conexão entre mãe e filho”.

Vanessa está a amamentar o Rafael há dois meses, mas segue de uma jornada contínua de 2 anos e meio da filha Miriam. Refere “amamentar para mim não é uma decisão, é a coisa mais natural que temos que fazer pelos nossos meninos. Eu sempre pensei em amamentar”. Vanessa teve algumas dificuldades, nomeadamente fissuras nos mamilos e procurou ajuda “ardia muito muito, mas nunca pensei em desistir e procurei ajuda e eu recebi essa ajuda e continuei com a amamentação”. Quis dizer que as mulheres não nascem ensinadas e não gostam de imediato, “mas apaixona com o tempo… eu precisei de tempo para apaixonar-me pela amamentação”.

O primeiro filho nasceu na Alemanha. Quanto à facilidade em procurar ajuda na Alemanha, a Vanessa responde “pelo que eu sei, lá funciona melhor. Porque nós temos uma parteira que nos acompanha em casa nos primeiros 2 meses de vida e isso ajuda muito. Qualquer dúvida que tinha, tinha sempre a parteira… ia a casa ajudar-nos e foi importante”. Quando questionada sobre a existência de cursos para a preparação para o parto, refere que existe e que fez.  No filho mais novo não teve a oportunidade de fazer “para mim foi a falta de tempo, como eu tenho a menina em casa. Mas se não fosse isso, eu fazia os cursos…. tem sempre atualizações e todos os partos e bebés são diferentes e ajudam a preparar-nos“.

Quando questionada sobre a existência de ajuda nas unidades de saúde, refere “se quer que lhe seja sincera não sei… julgo que sim, mas como nunca perguntei não sei”. No final da nossa conversa a Helena termina com uma frase que é comum a muitas mamãs “eu acho que vou sentir mais falta do que eles, quando deixar de amamentar”.

A Margarida, referiu que os profissionais de saúde com que se cruzou no início da amamentação, não lhe forneceram a ajuda e confiança que ela precisava “não me deram outras opções. Disseram logo: na próxima semana vem aqui pesar e se não aumentar de peso, vamos para a fórmula”. Ou seja, a Margarida por parte desses profissionais não obteve estratégias para aumentar a produção de leite e superar alguns desafios.

Amamenta a Matilde há quatro meses. Devido a algumas dificuldades, recorreu também ao leite adaptado para complementar a alimentação. Decidiu amamentar, pois “o leite que sai de nós, sai mediante as necessidades deles. O nosso leite altera de dia para dia consoante as necessidades deles”. Termina com “eu gosto de amamentar. …Tenho a certeza que ela está a ter aquilo que ela precisa… e há um namoro. Mesmo quando é o meu marido a dar biberão, digo-lhe: olha para ela se ela estiver a olhar para ti… Agora ela ri-se. Não posso rir-me para ela quando ela está no peito se não distrai-se”.

Cada mãe tem sua própria experiência, e é importante respeitar suas escolhas e circunstâncias.

Assim, a semana do aleitamento materno é uma oportunidade para promover políticas e práticas que facilitem o aleitamento materno; sensibilizar a sociedade sobre a importância da amamentação e os desafios enfrentados pelas mães que optam por amamentar e apoiar e incentivar as mães a amamentarem os seus filhos.

É importante lembrar que cada mãe enfrenta desafios únicos. Consultar um profissional de saúde ou um especialista em amamentação pode ajudar a superar algumas dificuldades. Pode procurar um especialista em amamentação na Unidade de Cuidados à Comunidade em Felgueiras.

Fiquem atentos em benefício da vossa saúde. Um Conselho da UCC Felgueiras.  

Carla Filipa Gomes da Costa

Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica.

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