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Álvaro Mendes, o tratador felgueirense “de prata” nos Jogos Olímpicos de Paris

A 29 de julho, o cavaleiro australiano Christopher Burton, montando Shadow Man, chegou ao Palácio de Versalhes em terceiro lugar no concurso completo em hipismo dos Jogos Olímpicos de 2024, após concluir a componente de adestramento em Paris.

O concurso completo, descrito como um triatlo equestre, inclui adestramento, crosse e salto de obstáculos.
No glamoroso circuito de Versalhes, a parelha, já de olho no ouro, completou o crosse e as duas rondas de salto sem problemas ou sobressaltos, mas o alemão Michael Jung superou aquele esforço com 0,6 pontos de vantagem, deixando Burton com a prata.
Por detrás daquela medalha de prata, contudo, está uma experiente mão portuguesa, e em particular, felgueirense, na pessoa de Álvaro Mendes, tratador e empresário da área da equitação natural de Refontoura.

“O meu papel também passa por tentar manter o cavaleiro tranquilo, afastá-lo de situações que o possam perturbar, mentalmente” – explica Álvaro Mendes

Shadow Man, um cavalo especial com um enorme coração

Em declarações ao SF Jornal, o tratador confirmou que integrou a equipa que esteve por detrás do projeto vencedor de prata como o principal responsável pela saúde e bem-estar, tanto físico como mental, de Shadow Man, mas igualmente com um olho no próprio cavaleiro.
“O meu papel também passa por tentar manter o cavaleiro tranquilo, afastá-lo de situações que o possam perturbar, mentalmente.”, explica.
Sobre Shadow Man, um cavalo que Chris Burton já tentou comprar por duas vezes, mas sem sucesso, Álvaro Mendes descreve-o como um animal “muito especial, com um enorme coração.”
“Na preparação física entrega-se a 100 por cento e não se distrai. O curso de obstáculos em Versalhes é muito decorado e apelativo, mas ele não se distrai, esteve sempre entregue ao cavaleiro”, explica.

Mais de duas décadas de experiência na área do hipismo

O percurso de Álvaro Mendes no hipismo iniciou-se aos 11 anos, quando começou a frequentar o Centro Hípico Quinta da Granja, em Várzea. Foi ali que conheceu o cavaleiro Jorge Macedo e começou a prestar mais atenção à modalidade de obstáculos.
Aos 15 anos, mudou-se para Gaia a convite de Miguel Viana e aos 18 ruma a Inglaterra, onde esteve ao serviço do cavaleiro Michael Whitaker. Aos 21 regressa à Península Ibérica, mais propriamente a Valência, em Espanha, integrando uma equipa espanhola.
Em 2012 regressou a Portugal para trabalhar com o cavaleiro João Pereira Coutinho, com quem esteve 15 anos. Atualmente, tem a sua própria empresa de prestação de serviços na área, com sede em Lisboa.
“Prestamos assessoria em campeonatos internacionais, jogos olímpicos e outras competições importantes, nomeadamente no trabalho físico dos cavalos e na preparação psicológica do cavaleiro. É um pouco de tudo” explica. E esclarece:
“Às vezes, o hipismo pode ser um desporto ingrato porque envolve duas mentalidades: a do cavalo e a do cavaleiro, pois há dias em que o cavalo está a 90% e o cavaleiro precisa compensar o restante, mas nem sempre é suficiente. Quando chego aos estábulos para cuidar do cavalo, consigo perceber se o animal está a 100% ou não. É como nós, humanos: há dias em que acordamos bem-dispostos e outros em que não queremos sair da cama. Com os cavalos, acontece o mesmo.”

Quando ligamos a televisão é só futebol, futebol, futebol. Noutros países, a equitação é uma disciplina no currículo escolar, por exemplo”

Desporto de hipismo e a equitação merecem maior destaque

Em resposta a uma pergunta colocada pelo SF Jornal, Álvaro Mendes lamenta que a equitação em geral e as modalidades de hipismo passem “ao lado” da maioria do público português.
“Quando ligamos a televisão é só futebol, futebol, futebol. Noutros países, a equitação é uma disciplina no currículo escolar, por exemplo. Em contraste, praticamente tiraram a educação física das escolas portuguesas, não se incentivam as crianças a praticar desporto. Contudo, em Felgueiras temos sorte por ter o Centro Hípico Quinta da Granja”, afirma. E acrescenta:
“É pena não haver mais incentivos para a prática da modalidade, porque é um desporto de família, onde se criam amizades para uma vida inteira”.

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