A história das festas populares remonta a tempos ancestrais, onde as celebrações marcavam eventos significativos para as comunidades, honrando os deuses com danças, músicas e oferendas. Egípcios, gregos e romanos celebravam a fertilidade da terra e a mudança das estações.
Com o tempo, essas celebrações evoluíram, refletindo a identidade cultural de cada povo. As festas religiosas ganharam destaque com o advento das religiões, refletindo a fusão de crenças ao longo dos séculos.
Na Idade Média, as festas ligadas ao calendário litúrgico e festivais seculares eram cruciais na vida social, com feiras e festivais medievais reunindo pessoas para comercializar produtos e celebrar a vida comunitária.
A Revolução Industrial trouxe novas dinâmicas sociais, popularizando festas de rua nas cidades. Por exemplo o Carnaval, com raízes antigas, tornou-se uma explosão de cores, músicas e danças.
Mais recentemente, a tecnologia teve um impacto significativo nas celebrações, permitindo que eventos sejam compartilhados instantaneamente com um público global através das redes sociais e plataformas digitais.
Assim, não é estranho que os políticos logo percebessem que estes eventos são uma forma de se promoverem, criando dependência do poder político e seu financiamento. Durante os mandatos, organizam festas e eventos que distraem as pessoas da atividade política, financiados com recursos públicos que poderiam ser melhor utilizados em projetos que melhorassem a vida dos cidadãos.
Embora tenham algum valor cultural e social, a frequência e escala desses eventos levantam questões sobre suas verdadeiras intenções.
Os políticos fazem discursos, cortam fitas e ganham visibilidade e apoio popular, mas o volume de recursos públicos empenhados é significativo considerando que se destina a eventos de curta duração que pouco contribuem para o desenvolvimento sustentável.
De acordo com o portal Base, nos últimos 3 anos, o Município de Felgueiras aplicou em eventos festivos, cerca de 2.500.000 euros. É muito dinheiro.
Dinheiro que, em vez de ser investido em infraestruturas, educação, saúde ou projetos de longo prazo contribuindo para um futuro melhor para os Felgueirenses, é esgotado em meia dúzia de dias de festa.
A falta de transparência nos gastos dificulta a compreensão do impacto financeiro, mas, para se ter a noção, diga-se que, no mesmo período, o Município gastou 500.000 euros em saúde, dos quais, mais de 185.000 em vigilância de instalações.
É crucial uma maior transparência e responsabilidade na utilização dos recursos públicos para promover o bem-estar e desenvolvimento da comunidade.
Em Felgueiras, há muito quem trabalhe arduamente para que apenas alguns façam a festa!
Pedro Ferreira