Teria sido no ano de 2015 em meados de janeiro ao pretender assinalar o 70.º aniversário da libertação dos prisioneiros de Auschwitz que o executivo, à data, liderado pelo Dr. Inácio Ribeiro, promoveu conjuntamente com a Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Airães à instalação da uma placa simbólica desse momento histórico, nos jardim da nossa Biblioteca Municipal de Felgueiras.
Noticiava-se que O Município de Felgueiras, com essa atividade, era um dos quatro Municípios a nível nacional a assinalar esta data, 27 de janeiro de 1945.
Esta atividade surgiu no seguimento do projeto realizado no ano anterior, pela biblioteca daquele agrupamento, “Em Memória das Vítimas do Holocausto”, que mereceu a distinção da Câmara Municipal de Felgueiras com a atribuição do prémio Eunice Muñoz 2014 pela Casa das Artes de Felgueiras.
A placa a que aludo aqui simboliza a chegada das tropas soviéticas a Auschwitz, hoje Estado da Polónia, na tarde de 27 de janeiro de 1954, um sábado. Com esta chegada, cerca de oito mil prisioneiros foram libertados daquele campo de extermínio do regime de Hitler, onde consta-se terem sido mortas nos seus crematórios e câmaras de gás, pelo menos um milhão de pessoas.
A este propósito, no dia 27 de janeiro de 2020, no âmbito da comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – 75º aniversário da libertação de Auschwitz, promovido pelo Agrupamento de Escolas de Airães, a atual Vereadora Dra. Ana Medeiros, recebeu nos Paços do concelho, Danuta Wojciechowska a representar o Embaixador da Polónia, Jacek Junosza Kisielewski, Leonídio Ferreira, subdiretor do DN, e o músico Aires Montenegro.
A acompanhar os visitantes estiveram o Diretor do Agrupamento, Jorge Morgado e a Professora Bibliotecária Francina Santos, esta última, a grande promotora no concelho destas atividades do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Faz muito tempo que a placa supra mencionada e que está instalada no jardim da nossa Biblioteca Municipal está completamente descaraterizada, como podem ver na imagem que acompanha este texto.
Resta apenas dela restos de plástico desfeito e ferrugem, aliás, toda ela é ferrugem!
Ali naquele local privilegiado ao pé dum parque infantil, onde se cruzam várias gerações, a dos avós, a dos progenitores e a das crianças, onde lembrar o horror do holocausto e a libertação do mesmo sobeja o ferrugem, o abandono, a incúria, o desinteresse, a falta de sensibilidade, e até, atrevo-me a dizer, a incompetência daquelas pessoas que desde 2017 dirige os destinos do espaço e das instalações da nossa Biblioteca Municipal de Felgueiras.
Milton Brochado
