A luta contra a discriminação e o preconceito enfrentados pelas pessoas LGBT+ é uma causa urgente, especialmente em áreas rurais e “urbano-rurais com comportamentos rurais”, onde Felgueiras se inclui.
É importante criticar as práticas sociais que perpetuam estas dificuldades, mas sobretudo demonstrar como a aceitação da diversidade sexual e de género é compatível com os princípios conservadores.
Numa altura em que uma ministra de direita, Margarida Balseiro Lopes, é acusada de wokismo por defender direitos de igualdade LGBT+, importa não alinhar em distorções do que é a defesa de valores humanos fundamentais (ser uma “pessoa de bem”).
Apesar de o preconceito ter como refúgio comum a tradição e a importância da família, a essência do conservadorismo passa, também, pela promoção de uma sociedade coesa apoiada no valor de dignidade da vida humana. A coexistência pacífica entre tradição e aceitação da diferença fortalece a estabilidade social, por promover um ambiente de respeito mútuo.
As dificuldades sentidas pelas pessoas LGBT+ são mais acentuadas em regiões menos desenvolvidas, onde o apoio e a aceitação é mais escassa. Seja por isolamento social, escassez de recursos, visibilidade limitada e pressões familiares, a ruralidade não abona a favor desta aceitação.
Um exemplo externo é a filha do presidente dos Camarões, país onde a homossexualidade é crime. A mesma tem, de forma pública, uma relação com uma mulher, o que expõe a discrepância das políticas locais e dos direitos humanos universais.
Uma sociedade que não reconhece que terapias de conversão são inaceitáveis acaba por validar o preconceito em detrimento da dignidade humana. E, sem alimentar os histerismos a que a esquerda nos tem habituado, é importante promover políticas em favor do combate ao preconceito e apoio da diversidade.
Assim, a promoção da aceitação LGBT+ é compatível com valores conservadores e é essencial para uma sociedade mais coesa, mais justa e que inclui todos, tal como defende a ministra Margarida Balseiro Lopes. Deve-se criar condições para que as pessoas possam viver de forma genuína em qualquer localidade.
João Paulo Sousa