Treze de Julho de 1990.
Nesta data, Margaride (Santa Eulália), deixa de ser uma Vila e passa à categoria de cidade, congregando em seu redor pedaços de algumas freguesias contíguas.
Treze de Julho de 2024. Trinta e quatro anos depois, será que valeu a pena a mudança deste espaço, primeiro como cidade e depois em função pela nova ordem administrativa que hoje é?
Tendo sido eu, o escriba, que em formato ainda manual, escreveu e organizou o texto que deu origem ao respectivo projecto de Lei que elevou a Vila à categoria de cidade – manual esse que ainda guardo como se de uma relíquia se trate -, será justo assinalar que tal decisão não resultou, tanto pelos valores que já se verificavam, mas, sobretudo, por aqueles que se haveriam de conquistar, e esses, não se constituindo ainda em valores derradeiros e absolutos, representaram desde logo e pelo tempo já percorrido, progressos extraordinários.
Sendo hoje evidente, que a Vila de Felgueiras de há trinta e quatro anos atrás, era bastante diferente do que é hoje a cidade, é justo enaltecer que os ganhos superaram muitas das perdas e que a nova urbe é definitivamente um espaço territorial mais moderno, mais equilibrado e com mais potencial de desenvolvimento.
Sabendo bem, que não raras vezes, tendemos mais para evidenciar o que nos falta do que tudo aquilo que já conquistamos, mandará a verdade dizer que, sendo muitos os ganhos, foi por demais positivo termos conquistado naquela data o estatuto de cidade.
Porém, este dossier carece de uma análise mais rigorosa, mais detalhada e melhor fundamentada, um trabalho que, se não por outros feito, por mim o será, por certo mais à frente e numa data redonda de um novo aniversário.
Todavia, em jeito de antecipação, valerá a pena percorrer alguns registos e caminhos para mostrar e demonstrar que, quer no plano Social, quer no Cultural ou no Urbanístico, há claros progressos, os quais jamais poderão ser escamoteados ou comparados com as situações vigentes antes da Vila ter passado à categoria de cidade.
E tendo em conta que esta cidade passou a servir de espelho e de motor para determinar mais desenvolvimento por todo o concelho, dizer, ainda, que depois de criada a cidade, não foi só ela que cresceu e se desenvolveu, tendo também servido esse seu crescimento, não só para alavancar o desenvolvimento do meio envolvente, mas, também, e grosso modo, o de todo o concelho.
Por certo que, aqui ou ali ainda encontramos carências de vária ordem, na medida em que, de sítio para sítio, ou de freguesia para freguesia, ainda são muitos e fracos os sinais para que possamos atingir melhores níveis de desenvolvimento sustentado, mas se não deixarmos de ter em conta a realidade de ontem com comparação à situação actual, a verdade é que, à escala citadina, nos encontramos muito melhor!
Contudo, sabendo e julgando muitos de nós que não foi feito sempre tudo o que importava para assegurar mais e melhor desenvolvimento em diversos domínios da intervenção municipal, ainda, assim, sendo imperioso não perder de vista o real sentido das coisas, será de assinalar que foi muito positivo para o concelho ter nascido naquela data a cidade de Felgueiras, porque na sequência desse acto político, logo logo se começaram a verificar ganhos reais, e mais à frente, por um novo ideal de planeamento social, cultural e urbanístico ter começado a desabrochar.
Prometendo para mais tarde uma observação de análise mais cuidada sobre esta matéria, importa tão só e por agora reafirmar e sublinhar que a cidade de Felgueiras foi criada no momento certo, e que todos nós, permanentemente prenhes de orgulho, só deveríamos continuar a considerar, que tendo sido de justiça, valeu, vale e continuará para todo o sempre a valer a pena.
Parabéns Cidade de Felgueiras!
José Quintela