A presidente da direção da COOPLixa – Cooperativa de Bordados da Lixa disse ao SF Jornal que a edição de 2024 do EXPOLIXA — Feira de Artesanato foi um sucesso, registando maior afluência do que o certame realizado há dois anos. Em declarações prestadas no domingo, dia 23, à parte de uma homenagem às bordadeiras da Lixa, Zita Faria acrescentou que a atual direção pondera em retomar a periodicidade anual do evento.
“Achamos importante que seja um evento anual, com uma data fixa no calendário, para as pessoas contarem com a EXPOLIXA, todos os anos”, explicou.
A mostra, realizada em parceria com a Câmara de Felgueiras e União de Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, contou com a participação de 50 expositores de artesanato oriundos de vários concelhos e coincidiu com as celebrações do 29.º aniversário da elevação da Lixa a cidade.
A edição de 2024 do certame foi também ocasião para homenagear e destacar a importância da atividade artesanal dos bordados da região, com a realização de “workshops” para crianças e adultos, bem como uma homenagem a várias das bordadeiras do concelho.
Destaque na formação e atração de novos talentos
Zita Faria, que entrou em funções à frente de uma direção totalmente renovada, há cerca de meio ano, destacou que durante o seu mandato aspira destacar a formação para atrair mais talentos à arte dos bordados tradicionais.
“É um tema recorrente, nas conversas que temos com os artesãos, que indicam que a maior dificuldade é a de atrair mais pessoas, e mais novas, para garantir a continuidade da arte”, salientou.
A dirigente indicou que a COOPLixa está no processo de realizar candidaturas a fundos europeus para dinamizar vários projetos de formação. Adiantou, ainda, que diversas escolas de Felgueiras se mostraram interessadas nesta área, indicando que pretendem integrar o tema em programas de ATL (atividades de tempos livres) “já neste verão”.
“A longo prazo, gostávamos de ter os bordados integrados nos currículos de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC), por exemplo, ou que façam parte de alguns dos clubes de estudantes”, explicou. E acrescentou:
“Queremos promover o bordado da Lixa, mas também inovar, juntando o antigo ao moderno e não deixar cair a arte no esquecimento”.
Zita Faria adiantou, ainda, que o grupo de trabalho tem uma preocupação em defender o Bordado da Lixa como uma marca registada ou com uma certificação, processo esse que, eventualmente, dará andamento.
“Durante muitos anos foi, esta foi uma das maiores exposições de artesanato, nacionalmente, senão a maior. Com a falta de realização, durante muito tempo, perdeu-se essa essência, mas queremos regressar a esse estatuto, com a realização anual, visitando outras feiras e atraindo mais artesãos”, concluiu.