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No último fim-de-semana assistiu-se a uma inflexão no plano da União Europeia (UE) para impor taxas adicionais aos automóveis eléctricos chineses.
Assim, no passado sábado, o Ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, reuniu, por videoconferência, com o Vice-Presidente Executivo e Comissário para o Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis. As duas partes concordaram em iniciar consultas quanto ao inquérito da EU relativo às subvenções compensatórias sobre os veículos eléctricos chineses. Esta evolução parece mostrar que tanto a China quanto a UE estão dispostas a gerir litígios comerciais através do diálogo e da consulta, para evitar que a cooperação económica e comercial seja afectada.
Segundo alguns analistas, nos últimos anos a UE tem provocado disputas comerciais com a China. E referem que só em 2024, a UE introduziu 31 restrições comerciais e de investimento contra o país asiático, levando à escalada contínua do atrito comercial China-UE. Tomando como exemplo o caso dos veículos elétricos chineses, desde o lançamento de uma chamada investigação compensatória até ao anúncio de planos para impor taxas adicionais, muitas das ações da UE violaram as leis económicas e os princípios de mercado.
Além disso, de acordo com alguns fabricantes chineses de automóveis, o lado europeu solicitou grande quantidade de informações sensíveis, tais como operações de produção, planos de desenvolvimento, processos técnicos e fórmulas de produtos das empresas chinesas de veículos elétricos e de baterias. De acordo com esses fabricantes, “trata-se de usar o termo investigação para realizar espionagem industrial”.
Ironicamente, a UE alegou que o aumento das taxas sobre os veículos elétricos chineses visa “proteger a indústria automóvel europeia”. No entanto, empresas como Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz opõem-se abertamente à cobrança de tais taxas adicionais, acreditando que “irão encorajar o protecionismo, nacionalismo e o isolacionismo”.
Para alguns observadores, a oposição dentro da UE e o receio das contramedidas económicas e comerciais por parte da China, levaram alguns responsáveis a regressar à racionalidade, percebendo que uma vez impostas as taxas adicionais, haveria uma série de consequências graves.
Responsáveis chineses sublinham que “o protecionismo não protegerá a competitividade”, acrescentando:
“Pequim não quer uma escalada do atrito comercial entre a China e a UE estando disponível para avaliar as preocupações legítimas de cada uma das partes através do diálogo e da consulta, além de resolver os problemas de uma forma racional e profissional. Ao mesmo tempo, a China também espera que o lado europeu não seja influenciado por questões ideológicas ou por interesses de curto prazo, antes se chegando a uma plataforma de entendimento que contemple os interesses de ambas as partes”.
Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China.