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Feira de Maio

Com mais de cento e trinta anos de vida, a Feira de Maio não precisa de qualquer adjectivação especial para relevar a sua importância no panorama   festivo do concelho.

Constituindo-se desde sempre como uma feira genuinamente popular à moda antiga, onde todos os pergaminhos do passado resplandecem e prevalecem, a Feira de Maio tem vindo a crescer em projecção e valor encontrando-se socialmente mais atractiva.

É uma festa da simplicidade onde tudo resulta com enorme naturalidade, desde a sua concepção até à sua completa fruição.

E este ano, por razões de calendário, todos sentimos que a festa começou mais cedo, sendo muito fortes os sinais dos seus sintomas e da sua performance nos dias 30 de Abril e 1º. de Maio.

Ocorrendo agora e desde há alguns anos a esta parte no coração da praça  onde se projectou implantar o novo Palácio da Justiça, a Feira de Maio continua a não dispor de um sítio certo devidamente adequado para a sua  projecção, realizando-se, mais uma vez, num espaço deveras inapropriado para a sua grandeza, especificidade e expansão.

Libertando exíguos espaços para as pessoas poderem circular tranquilamente e em segurança para usufruírem, cómoda e condignamente do seu vasto programa e dos inúmeros momentos de regalado lazer e prazer, a festa, nos últimos anos, tem evidenciado sinais crescentes de ser progressivamente menos uma feira vocacionada para potenciar as actividades agrícolas do concelho, mas, sobretudo,  um certame fortemente comercial onde se sobrepõem por demais  e em demasia os mais que muitos equipamentos lúdicos e outros similares de índole meramente comerciais.

Contudo, e isso é francamente positivo, é uma festa que tem vindo a apostar muito e bem nos artistas locais, um caminho que importa continuar a percorrer pelo valor sociológico que tal atitude e simbologias representam.

Dar tempo e palco aos grupos de folclore concelhios, aos tocadores de concertinas, este ano pelas mãos do  “Ás das Concertinas“, às “Chamadeiras de Gado“, ao “Jogo do Pau”  e aos artistas populares Tânia Sampaio e Luisão Sampaio, são registos positivos queimportaenaltecer, tanto mais, por todos eles, a par de muitos outros, se constituírem em componentes muito relevantes da cultural popular concelhia, e que todos os anos, com espectáculos frequentes e afirmação crescente, se agigantam e encantam, não só o povo de Felgueiras, mas também o de outros concelhos e regiões próximas.

Sendo inegável que nas últimas duas décadas a Feira de Maio readquiriu destaque no quadro geral das festas que se realizam anualmente no concelho, convirá não nos conformarmos com os progressos conseguidos, e que no futuro, sendo imperioso acabar com soluções provisórias, sejamos capazes de encontrar um espaço mais aprazível para a sua realização, onde as pessoas possam de forma efectiva ocupar o papel principal que lhes pertence, usufruindo de mais e melhor conforto enquanto sujeitos e transeuntes permanentemente interessadas no evento, o que actualmente não acontece, constituindo este facto um sinal muito negativo para o seu desenvolvimento e que a par de alguma desarmonia e confusão dos imensos equipamentos implantados em pouco terreno, acabam por contribuir um pouco para ofuscar a sua grandeza, provocando frequentemente momentos de impaciência e enorme desconforto  à generalidade das pessoas, quando essas, querendo circular comodamente entre si e junto dos equipamentos lúdicos e gastronómicos colocados ao seu dispor, só com muita dificuldade e alguma ginástica o conseguem fazer.

José Quintela

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