O Conselheiro de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou, em conferência de Imprensa realizada esta semana, que “perante um mundo turbulento e em mudança, a China, demonstrando a sua responsabilidade enquanto grande potência, sempre apresentou soluções com vista a uma Humanidade com um futuro estável e compartilhado”.
Durante cerca de duas horas, Wang Yi respondeu a dezenas de perguntas dos jornalistas, abordando as posições da China em diversas áreas.
Afirmou que, nos últimos anos, os Estados Unidos, para manterem a hegemonia, “voltaram à mentalidade da Guerra Fria, envolvendo-se em políticas de bloco e pseudo-multilateralismo, exacerbando ainda mais a instabilidade e a divisão, e contribuindo para o mundo já problemático”. E acrescentou que “a China, por seu turno, tem tem uma posição clara: a Humanidade deve optar pelo multilateralismo genuíno, para alcançar paz, solidariedade, abertura e cooperação”.
Esta resposta reflecte a filosofia que o Presidente chinês Xi Jinping afirma defender: “A China sempre foi um construtor da paz mundial, um contribuinte para o desenvolvimento global e um defensor da ordem internacional”.
Quanto à questão da Ucrânia, o ministro referiu que a China tem apelado à comunidade internacional para que todos os esforços se concentrem em promover as negociações e evitar uma crise humanitária em grande escala.
Wang Yi aludiu também a propostas da China para alcançar a segurança e estabilidade no Médio Oriente e à preparação da terceira reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países vizinhos do Afeganistão. E defendeu que, face a muitos desafios globais, como a pandemia e as alterações climáticas, a solidariedade é a melhor arma. Referiu, a propósito, que a China forneceu já cerca de 400 milhões de doses de vacinas e quase 40 milhões de peças de material anti-epidémico à América Latina e Caraíbas, além de assistência de emergência a Tonga, para responder ao desastre provocado pela erupção vulcânica.
Relativamente às relações da China com os Estados Unidos, o ministro defendeu que elas devem obedecer a três princípios: respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de ganho mútuo. E insistiu que a China está a promover activamente a construção de um novo tipo de relações internacionais que irá proporcionar mais estabilidade a um mundo turbulento.
Foi referido que o próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que “a parceria com a China é um pilar importante das Nações Unidas e do multilateralismo”.
O ano 2022 será outro ano de desafios para o mundo. A China defende “unidade em vez de divisão; diálogo, em lugar de confronto”. E garante que “continuará, de forma responsável, a aderir ao multilateralismo genuíno e a trabalhar com todas as forças progressistas do mundo para procurar um maior desenvolvimento e um melhor futuro”.